Sonhei que era capaz
de não me ser... Sonhei que minhas forças seriam o suficiente para abrigar
minha vida, sonhei que minhas mentiras enganariam o pesar de meus olhos! Sonhei
com o belo disfarce de quem esconde a dor no peito, sonhei que a dor era pura imaturidade
e que um dia estaria desperto e feliz.
Envelhecer indica o
término da espera. O grande desafio é não perder a capacidade de sonhar, mas
deve ser admitido que os sonhos, quando encharcados de realidade, cada vez mais
perdem sua característica onírica e passam a se tornar meros planos, objetivos
sem a beleza da ilusão de quem acredita na vitória... Não sei bem se este
pesado espírito é o mais indicado a escrever sobre isso, não sei bem se a dor
em meus ombros e o pesar em meu peito me credenciam a escrever sobre o que quer
que seja, se o medo que encerra meus olhos não cega minha alma a ponto de me
impor à escuridão, escrevo portanto como fuga de minha condição de quem
apaixonou-se por um sonho mas que agora se recusa a adormecer.
Ainda deve haver uma tola esperança esquecida na escuridão de nosso ser. O que resta ao homem talvez a maturidade de entender que o seu sonho é só seu e que ninguém sonhará com ele ou como ele. Nossos sonhos são tão individuais quanto nossa própria alma e justamente por isso tenhamos no processo perdido o encanto destes, por não entender que eram particulares demais para termos a presunção de achar que o mundo sonhava igual.
ResponderExcluirMuito legal a consideração(e correta!). Valeu(de verdade)!!!
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