sexta-feira, 3 de junho de 2011

Extra Arte

Extra! Extra! Venham todos, acabou de ser lançado o mais novo retrato da arte fortalezense (“Nunca antes vista na história do Brasil!”), arte desimportante e politizada! A ópera do forró! O dadaísmo lapidado! O samba do crioulo doido e as noites de música clássica do TJA! As crônicas dos jornais ainda pingando sangue! Os programas de televisão que riem do incomensurável! As igrejas que berram e os pedintes que rezam (e roubam, não necessariamente nesta mesma ordem...)! Os grafites nos muros e os mortos no chão!Os blogs e a pornografia infantil! A Fortaleza fraca das pernas e bela das madrugadas (do calçadão da beira mar à BR 116)! A arte efêmera que se embalsamou no museu da cidade! As universidades falidas de nome e as universidades de nomes falidos! Eis que nova arte surge na megalópole Capital!

Qual foi a última tendência? Não importa! Na minha geração os últimos não importam. Só nos importam os primeiros, os que ficam para trás não escrevem nem contam história nesta terra queimada de sol que não pode ver chuva que quer inundar! O único sentido é pra frente, mesmo que à frente não tenha sentido... Os sonhos ficaram para as margens! Nos perdemos enquanto corríamos atrás para não ficar para trás! Mudar o mundo? Alguém ainda quer mudar o mundo? Da última tentativa nós nascemos...

Qual arte vocês esperavam que saltasse da televisão? Que entrasse nos cérebros das crianças e as alimentasse a alma(lembra do café da manhã da Xuxa?)? Quem faz arte em Fortaleza? Meus queridos escritores que teimam em existir? As intervenções urbanas que pintam em meus olhos? Os que dançam? Os que gritam? Os que encenam de verdade? Que arte é essa? Pra quem é ela? Arte pra “elite”? Arte pra ganhar dinheiro? Pra ganhar sexo? Pra ganhar fama? Arte pro Benfica ou pro Jangurussu? (Falarão: “Arte para todos!”. Hamrram! Sei...)


Arte em Fortaleza é sinônimo de resistência! Todo mundo posto em um balaio de gatos molhados, e o povo que decida... E que a história decida quem serão os remanescentes de tempos tão intrigantes! Intrigantes, e como não? Para onde você vai sábado a noite? Para o Templo da Poesia ou para a Casa de Forró? Há quem diga que a segunda opção não se configura como arte. Mas quem sou eu para julgar, deixemos que o povo e a historia decidam, visto que a voz do povo é a voz de Deus, e quem sou eu pra discutir com o “Homi”?! Tantos conceitos de arte já foram criados, qual seria o que resumiria melhor o quadro geral?

Como acúmulo cultural nos deixaram um paradoxo colossal! A modernidade... A pós-modernidade... A contemporaneidade... E fiquei perdido! Sem saber onde estou (E ainda foram inventar esse negócio de física quântica)! Então, sábado, pra onde você vai?

P.S: Qualquer necessidade de responder a estas perguntas de forma séria não é arte (rsrsrsrs)!

Nenhum comentário:

Postar um comentário