terça-feira, 5 de março de 2013

¼ de Século ou 1 Milênio de Peso

Há três messes não escrevo, no entanto parecem ser necessárias algumas linhas sobre a fatídica data de meu aniversário. Primeiro devo muitas graças, mesmo tendo tão poucas, aos amigos e amigas que cederam seus preciosos minutos para me dedicar felicitações, não teria como oferecer qualquer espécie de retribuição para as palavras que vocês me dedicam... São estas mesmas palavras que me possibilitam enfrentar os dias e dançar sobre as alegrias e tristezas deste chão! É unicamente a presença de vocês na minha vida que alimenta minha alma, o que me possibilita poetizar o sol, o mar e a cidade.

No segundo parágrafo desta liturgia nos cabe outro diálogo: ontem, ao deparar-me com este compartimento de século que formei, caiu sobre meus ombros uma incômoda sensação de que algo me foi roubado, tirado de mim... Como dono da casa que ao acordar pela manhã, apesar de todas as portas fechadas, sente falta de alguma coisa, como se um espírito tivesse surrupiado de suas prateleiras algum bem importante. Nos últimos raios antes da noite de ontem senti exatamente isso, como se tivessem me roubado! 25 anos e quantos sonhos mudaram? Quantos projetos realizados? Quantas vezes melhorei? Quantas vezes tive a coragem de abandonar minhas zonas de conforto para ser fiel a ética que defendo? Temo que a mediocridade venha ganhando cada vez mais terreno nos acres que me suportam, temo por me tornar homem mesquinho e pequeno, de hombridade avarenta, tenho verdadeiramente medo de me tornar meus monstros...

Ainda encaro todos estes medos para que não me esqueça de algumas necessidades: Que na contagem dos anos e no definhar das forças os passos não esmoreçam! Que a honra de meus olhos se mantenha, que a sabedoria seja meta infinita, que a fidelidade às virtudes que me são caras não seja abandonada, que o companheirismo de meus amigos seja retribuído com companheirismo, que a nobreza da Terra seja retribuída com nobreza, que a injustiça dos homens seja retribuída com a coragem da justiça, que as tristezas sejam combustíveis para a mudança, que as paixões possam correr sempre nas veias de meu corpo, que a ética seja bandeira indelével!

Escrevo estas palavras para agradecer as felicitações, escrevo para (re)dizer quem sou e para lembrar da importância de encontrar em cada novo canto da cidade, em cada novo olhar trocado, em cada novo sonho dividido um motivo para encarar mais um ano de vida! E assim, antes que os sonhos passem, antes que as forças definhem e que o tempo nos tombe... Antes que isso aconteça vencer o tempo, renovar as forças, realizar os sonhos! Antes que a inesquivável morte nos cerque lambuzar-se com o doce sabor da vida!

5 comentários:

  1. Vejo então que esse não é um sentimento singular. A proximidade do vigésimo quinto ano de vida tem me deixado um tanto, se não muito, pensativa. Procuro meus projetos concretizados e não encontro, a ética que defendo da mesma forma. Talvez quando chegar no meio século encontre esses algos que procuro, ou não.

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