Há três messes não escrevo, no
entanto parecem ser necessárias algumas linhas sobre a fatídica data de meu
aniversário. Primeiro devo muitas graças, mesmo tendo tão poucas, aos amigos e
amigas que cederam seus preciosos minutos para me dedicar felicitações, não
teria como oferecer qualquer espécie de retribuição para as palavras que vocês
me dedicam... São estas mesmas palavras que me possibilitam enfrentar os dias e
dançar sobre as alegrias e tristezas deste chão! É unicamente a presença de
vocês na minha vida que alimenta minha alma, o que me possibilita poetizar o
sol, o mar e a cidade.
No segundo parágrafo desta
liturgia nos cabe outro diálogo: ontem, ao deparar-me com este compartimento de
século que formei, caiu sobre meus ombros uma incômoda sensação de que algo me
foi roubado, tirado de mim... Como dono da casa que ao acordar pela manhã,
apesar de todas as portas fechadas, sente falta de alguma coisa, como se um
espírito tivesse surrupiado de suas prateleiras algum bem importante. Nos
últimos raios antes da noite de ontem senti exatamente isso, como se tivessem
me roubado! 25 anos e quantos sonhos mudaram? Quantos projetos realizados?
Quantas vezes melhorei? Quantas vezes tive a coragem de abandonar minhas zonas
de conforto para ser fiel a ética que defendo? Temo que a mediocridade venha
ganhando cada vez mais terreno nos acres que me suportam, temo por me tornar
homem mesquinho e pequeno, de hombridade avarenta, tenho verdadeiramente medo
de me tornar meus monstros...
Ainda encaro todos estes medos
para que não me esqueça de algumas necessidades: Que na contagem dos anos e no
definhar das forças os passos não esmoreçam! Que a honra de meus olhos se
mantenha, que a sabedoria seja meta infinita, que a fidelidade às virtudes que
me são caras não seja abandonada, que o companheirismo de meus amigos seja
retribuído com companheirismo, que a nobreza da Terra seja retribuída com
nobreza, que a injustiça dos homens seja retribuída com a coragem da justiça,
que as tristezas sejam combustíveis para a mudança, que as paixões possam
correr sempre nas veias de meu corpo, que a ética seja bandeira indelével!
Escrevo estas palavras para
agradecer as felicitações, escrevo para (re)dizer quem sou e para lembrar da
importância de encontrar em cada novo canto da cidade, em cada novo olhar
trocado, em cada novo sonho dividido um motivo para encarar mais um ano de
vida! E assim, antes que os sonhos passem, antes que as forças definhem e que o
tempo nos tombe... Antes que isso aconteça vencer o tempo, renovar as forças,
realizar os sonhos! Antes que a inesquivável morte nos cerque lambuzar-se com o
doce sabor da vida!
chato
ResponderExcluirÉ... Eu sei... Eu sei... rsrsrs!
Excluirchato²..eu gosto de tu, bem poquim, quase nada! Parabéns!
Excluir¬¬' rsrsrs! ;)
ExcluirVejo então que esse não é um sentimento singular. A proximidade do vigésimo quinto ano de vida tem me deixado um tanto, se não muito, pensativa. Procuro meus projetos concretizados e não encontro, a ética que defendo da mesma forma. Talvez quando chegar no meio século encontre esses algos que procuro, ou não.
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