domingo, 13 de novembro de 2011

Reticências...


Em algum ponto da vida adultifique-me, prendi-me à suposta e inequívoca noção de que crescer exige dureza e finitude, fui petrificando-me por entre as rochas que habito, por entre os sonhos que não sinto, por entre as nuvens que não toco! Pouco a pouco fui tornando-me o sonho de meus pais, os medos de minha cidade e as expectativas morais que me circundavam. Pouco a pouco fui perdendo-me para mim, fui aprisionando-me por conta unicamente de minha medíocre-idade...

Entendo e temo que todo este querer sobrepujado não passe de melindre de alguém que já não luta, mas se rende! Alguém que abandonou-se ao cansar-se de si... Alguém que no fundo do egocentrismo não encontrou nada e que por justa infelicidade não soube mais retornar... Escrevo para me dar algum valor diante de condição tão medíocre! Grito-me sob o silêncio do lençol que já não me protege e sobre a cama que já não me traz acalanto, ouço-me como quem escuta um velho corvo de penas mais cinzas do que negras! Ao final é a vida que pulsa e cobra, que ataca e sopra, que se esvai e sobra...

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