Em algum ponto da vida adultifique-me,
prendi-me à suposta e inequívoca noção de que crescer exige dureza e finitude,
fui petrificando-me por entre as rochas que habito, por entre os sonhos que não
sinto, por entre as nuvens que não toco! Pouco a pouco fui tornando-me o sonho
de meus pais, os medos de minha cidade e as expectativas morais que me
circundavam. Pouco a pouco fui perdendo-me para mim, fui aprisionando-me por
conta unicamente de minha medíocre-idade...
Entendo e temo que todo este
querer sobrepujado não passe de melindre de alguém que já não luta, mas se
rende! Alguém que abandonou-se ao cansar-se de si... Alguém que no fundo do
egocentrismo não encontrou nada e que por justa infelicidade não soube mais
retornar... Escrevo para me dar algum valor diante de condição tão medíocre!
Grito-me sob o silêncio do lençol que já não me protege e sobre a cama que já
não me traz acalanto, ouço-me como quem escuta um velho corvo de penas mais
cinzas do que negras! Ao final é a vida que pulsa e cobra, que ataca e sopra, que
se esvai e sobra...
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