Vou correndo sobre os muros da cidade, perdido em cada passo sobre o espaço estreito que é meu corpo e meu caminho... Poucos sabem, poucos param para perceber mais seus passos do que as horas que passam incontáveis (e eu as conto, segundo por segundo!).
Enquanto o sol vai se pondo em Fortaleza fico pensando sobre meus sonhos e meus medos, antagonistas da mesma história que por vezes carece de protagonista! Doce paradoxo que me faz repensar minha existência... Hoje, por um momento, tive a impressão de que o monstro megalópole me vence mais a cada dia, me aperta e me sufoca mais em seus tentáculos enquanto exige rendição de minha parte! Eu esbravejo (e escrevo) cada vez menos, aprendi a me deixar levar pela corrente sem exigir de meus braços o que eles não podem oferecer a mim e nem a mais ninguém. As coisas vão ficando para trás como uma parada (mais uma) onde esqueci de descer, como uma carta que deixei de escrever, como olhos que deixei, como pensamentos que volta e meia retornam para deixar claro que nunca se foram (“Como é difícil viver carregando um cemitério na cabeça”)!
Aprendi pela necessidade que caminhar pode independer de suas escolhas... Há casos em que a escolha tem que ser caminhar...
Sim, é preciso seguir. E vultos de rostos e sussurros de vozes distantes parecem enlouquecer. É o aviso de que podemos esquecer muitas coisas, menos de quem somos, quem fomos e temos que ser. Diria mais : quem...
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