sábado, 28 de maio de 2011
A Vida e o Vento
O vento da noite entra leve pelas janelas abertas, e a luz amarela do poste ilumina um quadrado de meu quarto! Os pesos que trago em mim sempre reagem à noite, e como se isso não fosse o suficiente insisto em alimentar etilicamente minha consciência, sem saber mais se o faço para esquecer o pesar ou me afundar ainda mais nesta névoa...
A sensação de estar apenas vivendo nunca me bastou, a intensidade sempre foi requisito muito caro para minha felicidade! O simples respirar não enche meus pulmões, ao contrário, sempre me traz a angústia do faltar... falta alguma coisa! Alguma sensação inebriante que me faça correr atrás de meus sonhos, igual a cachorro vadio que sai correndo atrás dos carros por puro descuido irracional! Deveria simplesmente aceitar esta condição, levantar e resolver tudo que está pendente, lavar a louça suja da mesa e meu rosto entediado, sair gritando aos quatro ventos que estou bem, de vento em poupa... Esquecer toda esta ladainha de plenitude e almas honradas, todo este falso tempo que tenho para construir os sonhos que nunca abandonei, e que trago como quem carrega seu próprio caixão!
Vou sacudir as areias de minha alma, viver exige querer (“E eu não posso ficar aqui parado”)! E se os caminhos não levarem a lugar algum ao menos terei a dignidade de dizer no fim que caminhei... Então no fim, quando o último suspiro de vida abandonar meu corpo, e naqueles conhecidos segundos finais de flashback, onde poderei sentir no final das contas quais foram os ganhos e as dívidas que vou deixar para trás, talvez apenas neste momento possa compreender qual a intensidade de uma vida... Hoje, neste recém e mal formado 23 anos, caminho apenas por obrigação ética!
domingo, 1 de maio de 2011
Seria mais fácil...
A solidão destes dias desenham um novo quadro para a parede sem reboco, escrevem novas letras sobre este papel digital e esta alma insone... Novos tempos sempre remetem às novas verdades! Novos tempos sempre nos destroem ("É a própria fé o que destrói, esses são dias desleais..."). E quem, dentro destes anos de "humanidade" soube o que viria a ser frente a sua destruição? Quem saberia responder qual seria suas novas convicções depois que não restasse mais nada das antigas? Quem seremos meus queridos?
E de que importa(?)... Se ao final destas parcas contas apenas o que vale é o que serve! Então? Devemos nos perguntar pela serventia ou pela validade das coisas? Pois nem tudo que serve é válido e nem tudo que é válido serve... Pragmatismo ou Metafísica? Filosofia ou Engenharia? Verdade ou Sucesso? Que idade mais medíocre esta juventude representa! Preocupada com tantas perguntas que pouco "servem". Com quantas dores se desfaz uma alma? Tendo em vista ser esta minha atual necessidade, eis aí uma pergunta pertinente! Quantas vezes terá que ser provado meu equívoco para que deixe de esmurrar "a faca cega da paixão"? Minha paixão cega pela vida, pelo (pseudo)amor, pela (pseudo)verdade, pela (pseudo)essência... Meus egocentrismos disfarçados de "pseudo-alternativo"! Minha medíocre tentativa de ser aceito...
Ora, mas se pretendo ser aceito mais sentido faz fazer o que todo mundo faz... "Seria mais fácil fazer o que todo mundo faz... Mas nós dançamos no silêncio, choramos no carnaval! Não vemos graça nas gracinhas da tv, morremos de rir no horário eleitoral!".
É... Tens razão... Trágico!
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