"Por que acredito que és perfeita?
Por que tudo em ti me parece tão divino? Por que tua pele é tão macia? Por que
teu jeito de sorrir, com a mão no rosto, é tão encantador? Por que não consigo
desviar os olhos de ti e ao mesmo tempo não consigo te encarar?"
Tantas perguntas a fim de
entender uma só: Por que não consigo enxergar minha vida sem ti? Isso e a
necessidade de deixar que o sonho de te ter se consuma com os dias e definhe
com o passar das horas... Distraio-me, mas o que são as distrações frente à
possibilidade de felicidade ao teu lado? O que são os planos sem você? O Tempo
parece iludir-me com mais uma artimanha para demonstrar o quanto é superior, e
tudo na Vida chega no Tempo errado, e toda Paixão é Vida, Tempo e Morte(e Vida,
Tempo e Morte...).
Quem dera fosse possível voltar
no Tempo, diria-me “corra, corra a casa dela! Corra e diga-lhe da certeza que
você viu quando já era tarde demais, quando já não havia mais tempo para
apaixonar-se!”. O que pensarias de mim a bater em teu portão e declarar-te um
amor que reside apenas no risco e na incerteza? De certo mandaria que não lhe
importunasse com palavras descabidas. E mais uma vez o Tempo me venceria, desta
por ser cedo demais!
Poderia também esperar, deixar
que o Tempo corra, esperar o tempo certo para dizer-te “Sim”! Mas aí eu bem sei
que a Morte desbotaria a Paixão, ela sempre precisou do Tempo, de carinho e
cuidado. A Paixão é uma deusa carente, sem estas coisas morre feito flor fora
da terra. E mais uma vez o Tempo me venceria, desta por ser tarde demais!
Resta-me a Vida neste jogo dos
deuses, mas qual sua validade sem a cor dos teus olhos para tingir meus sorrisos?
Para quem cuidar-me? Apenas pela infértil sensação do “por mim”? Que
medíocre... A Vida parece pequena sem Paixão, enquanto o Tempo brinca de Morte
comigo.