domingo, 12 de agosto de 2012

Sem título ou "sobre o Tempo da Paixão"


"Por que acredito que és perfeita? Por que tudo em ti me parece tão divino? Por que tua pele é tão macia? Por que teu jeito de sorrir, com a mão no rosto, é tão encantador? Por que não consigo desviar os olhos de ti e ao mesmo tempo não consigo te encarar?" 

Tantas perguntas a fim de entender uma só: Por que não consigo enxergar minha vida sem ti? Isso e a necessidade de deixar que o sonho de te ter se consuma com os dias e definhe com o passar das horas... Distraio-me, mas o que são as distrações frente à possibilidade de felicidade ao teu lado? O que são os planos sem você? O Tempo parece iludir-me com mais uma artimanha para demonstrar o quanto é superior, e tudo na Vida chega no Tempo errado, e toda Paixão é Vida, Tempo e Morte(e Vida, Tempo e Morte...).

Quem dera fosse possível voltar no Tempo, diria-me “corra, corra a casa dela! Corra e diga-lhe da certeza que você viu quando já era tarde demais, quando já não havia mais tempo para apaixonar-se!”. O que pensarias de mim a bater em teu portão e declarar-te um amor que reside apenas no risco e na incerteza? De certo mandaria que não lhe importunasse com palavras descabidas. E mais uma vez o Tempo me venceria, desta por ser cedo demais!

Poderia também esperar, deixar que o Tempo corra, esperar o tempo certo para dizer-te “Sim”! Mas aí eu bem sei que a Morte desbotaria a Paixão, ela sempre precisou do Tempo, de carinho e cuidado. A Paixão é uma deusa carente, sem estas coisas morre feito flor fora da terra. E mais uma vez o Tempo me venceria, desta por ser tarde demais!

Resta-me a Vida neste jogo dos deuses, mas qual sua validade sem a cor dos teus olhos para tingir meus sorrisos? Para quem cuidar-me? Apenas pela infértil sensação do “por mim”? Que medíocre... A Vida parece pequena sem Paixão, enquanto o Tempo brinca de Morte comigo.