terça-feira, 15 de maio de 2012

Porre

Um porre! Alguém me traga algo para beber que corroa minha garganta e dilacere meu coração, algum veneno que mate mais que a alma, algum antídoto contra a vida e as expressões politicamente corretas, algum aroma de Baudelaire sobre o árido coração dos trópicos, algum ácido que corroa o chão e me cave sete palmos! Bebo como um velho e morro ainda tão jovem... O que estará em minha lápide? Quais serão as palavras declaradas pelos parcos amigos que se disporão a aterrar-me o último peso?

Viver intensamente... Então é sempre assim: Ou aos ápices da beleza ou à lúgubre presença da morte! Irônica situação onde o salto entre dois paradoxos é tão constante quanto o medo da queda.